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A PELEJA DE MANÉ, UM TRABALHADOR BRASILEIRO.

A Peleja de Mané, um Trabalhador Brasileiro.


Matheus Brasileiro Diniz, 13 de novembro de 2021, João Pessoa-PB.
27 de maio de 2022.
Capa: Joelyton Pontes - @joepontess (Instagram) - Cel.: 83 99846-5135

Vou contar uma história De Mané, trabalhador, Como muito brasileiro, Sonha um dia ser doutor, E na labuta diária, Viu a velha represária Desse mundo explorador. O Mané veio de longe Lá pra’s bandas do sertão, Nordeste que é sofrido E quente que nem o cão. Decidiu sair de lá, Pra na capital morar, Procurar a salvação. “- Vô saí dessa peleja De roçá e capiná De cuidá de bicho triste, Água tem nem pa moiá. Prantação num presta mai, As terra só dá pra trai Tá difíce arrecadá. Eu vô mimbora tentá A vida em ôto distino, Pa ganhá algum dinhêro, Sustentá meus dez minino Raimunda vai se orguiá, Pois muito vô trabaiá Pra me torná um granfino”. 1 Mané ali decidiu, Foi embora viajar Tentar a sorte na vida Mal sabia o findar Daquela sua aventura Que nessa literatura, Continuo a retratar. Cinco dias na estrada O ônibus abarrotado De gente que como ele Mudaria de Estado. A chance da evasão Selaria a confusão De um povo alienado. Seu destino era famoso Rio de Janeiro, capital, O Cristo a recebê-lo, Coisa linda o visual, Praias belas e arquitetura Mostram toda formosura, Mané nunca viu igual. Os prédios por toda parte Povo chique, de carrão, Esportes bem diferentes Nunca vira no sertão, A culinária era fina, O Rio era endorfina Esperança ao coração: “ - É pra cá que vô vivê, Criá meus fi, passeá E prumá por essas praia, Vô até prendê nadá Aproveitá a cidade Bunita e sem maldade, Raimunda vai adorá. 2 Vô butar o meu currico Nos canto para pudê Trabaiá e tão ligeiro Meus fios logo trazê, Vô puder dar a muié Roupas, jóias e até Um lar para nóis viver” No entanto, seu Mané 1 mês ainda esperou Morando com um amigo, Que um quarto lhe emprestou, Certo dia finalmente Um rapaz liga contente, De uma vaga lhe falou: “- Opa, fala seu Mané? Como vai, ó meu irmão? Eu tenho aqui comigo Uma vaga de antemão, O melhor shopping do Rio Em você que eu confio Pra cuidar do meu saguão. Cuidará de um setor Do campo de alimentos Nos horários de trabalho São melhores os momentos, Pois aqui tem alegria E durante o dia a dia Não há descontentamentos. Será o encarregado Para tudo ajeitar, Zelará por esse espaço Nada poderá faltar, Quero tudo organizado, Venha cá, meu consagrado, Pois eu vou lhe contratar! 3 Seu Mané, muito feliz Com aquela novidade Disse logo pra si mesmo: “Coisa boa essa cidade, O patrão é gente boa Eu não vou ficar à toa Terei minha dignidade.

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