BRINCO EM TODOS OS LUGARES
Autor: Soares, João Joaquim.
As brincadeiras infantis populares sempre estiveram presente na vida das crianças pessoense. Os brinquedos cantados, as rodas de ciranda e as brincadeiras de rua eram fruto da história do povo. Não tinham a intencionalidade do marketing, mas refletiam o prazer e a descontração popular, constituindo-se em um exercício do movimento, da inteligência humana e dos aspectos culturais, possibilitando a descoberta dos conflitos, das discussões e das análises do relacionamento com o outro. Atualmente, essas brincadeiras infantis populares existem em escala ínfima sobrevivendo, parcamente, no advento da industrialização e ao cercamento intelectual induzido pela mídia.
Sob essa perspectiva, os Professores de Educação Física vivem e convivem com essas formas de brincadeiras e especialmente com a industrializada, exigida muitas vezes pelo modelo capitalista adotado em nosso país, forçando-os a serem desafiados na implementação de sua prática. Pelo exposto, não compreendo o porquê de não nos aproximarmos concretamente da realidade daqueles a quem pretendemos verdadeiramente educar, ou seja, exercer a prática com as brincadeiras infantis populares.
Percebo, portanto, que a escola pode contribuir para avaliar as distorções sociais existentes em nossa sociedade, mesmo sabendo que a escola está inserida em uma política educacional confusa e conflitante. Mesmo assim, junto a todos esse fatores soma-se a prática das brincadeiras infantis populares como uma das alternativas educacionais na resolução das nossas diferenças sócio-culturais. Compreendo, ainda, que para obtermos proposta conclusivas sobre a temática, faz-se necessário descobrir com os olhos da crítica, o espaço da rua e as complexas lições que esse meninos e meninas aprendem. Reflito sobre o saber próprio da cultura popular, seus passos e métodos, na resistência possível uma reprodução necessária. Como também passos e métodos que visam a criticidade emergente que poderá brotar de forma mais inovadora, a medida que soubemos retomar alguns pressupostos fundamentais de nossa prática à luz de uma fundamentação mais pertinente.
Por fim, cabe dizer que as brincadeiras infantis populares que são praticadas fluentemente nas escolas públicas, e ou, em estabelecimentos particulares, devem ser analisadas e estabelecidos relações com as novas práticas oriundas da produção das brincadeiras da indústria cultural. Ou seja, aquelas que já receberam influências da comunicação de massa, por compreender que tudo perpassa por uma amplitude de conhecimentos, sendo desde as expressões artísticas culturais, a complexidade da política educacional até a sensibilidade de compreender a criança em sua identidade quanto cidadão que é.