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    REVISITANDO O LÚDICO NO SABER POPULAR:
    AS BRINCADEIRAS INFANTIS POPULARES NA ESCOLA PÚBLICA

Prof. Ms. João Joaquim Soares
Dissertação apresentada ao Mestrado em Educação Popular - UFPB-2002

RESUMO

A pesquisa é de estilo descritivo-argumentativa. Foi realizada revisão bibliográfica em obras específicas e afins e submeteu-se a observações assistemáticas de atividades executadas por grupos de crianças nas ruas e nas escolas. Pautou-se no estudo de obras específicas sobre o lúdico, brincadeiras populares infantis, criança e escola, na fala dos entrevistados, os gestos do brincar, ações e reações das brincadeiras, textos que fundamentam o diálogo argumentativo contido no referencial teórico, símbolos sociais existentes na subjetividade do brincar, e nos discursos que precisam ser compreendidos ou desvendados em seus sentidos. Refletindo sobre as brincadeiras populares na escola pública no saber próprio da cultura popular, bem como, dos ensinamentos abstraídos daquelas brincadeiras provenientes da indústria cultural, estabelecendo relações entre as brincadeiras e as questões político-educacionais. Busca-se neste estudo, refletir o popular e a cultura no contexto das brincadeiras infantis; a idéia de infância, a escola e os espaços legítimos para o lúdico como a rua e os quintais das casas, num modelo de sociedade historicamente constituído no Nordeste do Brasil. A investigação foi efetuada com crianças dos 06 aos 10 anos, em 10% das escolas publicas da grande João Pessoa (João Pessoa, Santa Rita, Cabedelo, Bayeux, Conde e Lucena), obtendo-se, 95 (noventa e cinco) brincadeiras transcritas e analisadas. Este estudo teve como referencial autores que desenvolvem estudos sobre brincadeiras infantis como: Tizuko Morchida Kishimoto, Nelson Carvalho Marcellino, Ghiraldelli Jr. Friedrich Fröebel, Levy Liev Semiónovitch Vygostsky, Jean Piaget, Jean-Jacques Rousseau, Heloisa Turini Bruuhns, Walter Benjamin, Le Boulch, Jean Chateau. Outros que abordam sobre a Educação Popular como José Francisco de Melo Neto, Franco Cambi, Vanilda Pereira Paiva, Paulo Freire e sobre o folclore brasileiro por Câmara Cascudo. É necessário assinalar que as referências feitas são historicamente importantes para uma associação entre os brinquedos artesanais e o elemento da indústria cultural. As brincadeiras populares vêm legitimar o poder de criatividade da criança, a partir de elementos concretos, tendo um papel significativo no processo ensino e aprendizagem, tornando-a mais independente corporal e autônoma intelectualmente, estimulando-a o aprender a ser, fazer e conviver, proporcionando-a melhorias das capacidades e habilidades motoras individuais e de resolução de problemas, estimulando também, a construção de um caráter político-ideológico transformador e, consequentemente, libertário.




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