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1. Pião
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O Pião é uma brincadeira temporária e coletiva. O pião é um pequeno objeto feito de madeira, tendo na ponta um prego - ferrão. É um implemento da ludicidade infantil, do jogo de pião. esta atividade foi recreativa introduzida no Brasil pelos Portugueses, mas, desde os mais remotos tempos da humanidade sabe-se da sua existência, na Grécia, em Roma e até os dias atuais o pião vem distraindo as crianças das mais variadas classes sociais. Cada participante deve possuir um pião e a respectiva ponteira. O grupo determina o número de jogadas (cabestrada) que cada participante dará no pião do perdedor. É feito um círculo no chão de aproximadamente 15 cm. de raio. Cada participante lançará seu pião que deve atingir o círculo e continuar rodando. Se todas as crianças jogarem e acertarem o círculo, será feito um novo círculo, agora menor, para assim aumentar o grau de dificuldade do acerto. Quando um participante erra o círculo ou seu pião não cai no chão rodando este será "o boi". Seu pião fica no centro do círculo e as demais crianças lançam os seus de forma que o pião perdedor, "o boi", seja empurrado (tangido) até o buraco. Nesse buraco, cada participante joga o seu pião, agora "bicando" o pião perdedor no número de "cabestradas" combinado no inicio do jogo. Se ao tentar tanger o pião perdedor para o buraco, o jogador errar, seu pião tomará o lugar do pião perdedor. A criança que estava fora volta então a jogar. Portanto, antes de começar a brincadeira, as crianças costumam definir se os piões (do perdedor e dos demais) poderão ser substituídos durante o jogo ou se valerá afiar os bicos dos piões para dar as "bicadas." Esta brincadeira estimula o aspecto psicomotor conjuntamente com a coordenação motora fina, a organização espaço-temporal, a agilidade, a direcionalidade, a flexibilidade, o equilíbrio estático, a velocidade dos membros superiores, a força dinâmica e por fim o descobrimento da sua consciência crítica quanto ao esquema corporal, como também um excelente instrumento para fortalecer os músculos dos dedos e assim facilitar o processo da escrita.


2. Bola de Gude
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Tudo indica que os jogos com bolas de gude tenham sido inventados na pré-história pelos ancestrais do homem moderno. Há milhares de anos, o jogo se espalhou pelo mundo, atravessou continentes e chegou à América com os navegadores espanhóis e portugueses, no final do século XV e início do século XVI. Para brincar de Bola de Gude as crianças necessitam de uma bola-de-gude (bola de fone, cobrinha, bila, biloca, ximbra, etc.). Faz-se no chão um "bura" (buraco) com o calcanhar, seguido por um círculo, feito com a ponta do dedão do pé. As crianças jogarão suas bolas, na direção do "bura"; a mais próxima, começará a brincadeira, fazendo o "bura". Feito, tornar-se-á o "mata". Os demais que ainda não fizeram o "bura", serão os "fedas", que fugirão da perseguição do "mata" e tentarão fazer o "bura" para tornarem-se "mata" também. A vencedora será aquela criança que eliminar a todas. A atividade "bola de gude" desenvolve na criança a atenção e a coordenação motora específica, facilitando o processo da escrita, bem como o exercício sócio-cultural das ações entre dominados e, dominantes, e por fim, o aspecto de cooperação entre os homens.


3. Pipa
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A brincadeira de soltar pipa é uma atividade milenar, com registros encontrados a partir de 430 -360 a.C., na Grécia. Há 2.200 anos, a pipa era usada pelos Chineses como meio de sinalização durante as batalhas. Na brincadeira de pipa a criança é levada a confeccionar o brinquedo, a pipa, utilizando, papel seda, cola, linha, barbante e palitos da palha de coqueiro. O formato, cada um cria, com um jeito especial para fazê-la voar, dependendo da habilidade de quem confecciona. Nesta brincadeira a criatividade é bastante explorada, a coordenação motora, e a noção espacial. Os professores podem explorar alguns conceitos de Geografia, artes e ciências por meio desta brincadeira.


4. Amarelinha
amarelinha

A Amarelinha ou Academia é uma brincadeira onde as crianças utilizam o chão onde desenha-se um círculo, chamado de "terra"; em seguida, na borda do círculo, desenha-se um quadrado, seguido de outro quadrado. Feitos estes dois quadrados, desenha-se um retângulo, dividido ao meio, com o formato de uma "asa". Por fim, desenha-se um quadrado e um círculo, chamado "lua". A brincadeira inicia-se com a criança portando um caco de telha ou pedra, que joga no primeiro quadrado, saltita com uma perna só sobre todos os quadrados, sobre o retângulo e o círculo, exceto sobre o quadrado em que está o caco. Na volta, pega-o com uma das mãos, firmando-se apenas em um pé. O retângulo serve para o descanso, podendo-se ficar com um pé em cada parte. Após ter passado por toda a "academia" (quadrados, terra, lua ...) o jogo reinicia-se com a criança jogando o caco de costas e seguindo os mesmos passos da etapa anterior. Se o caco cair fora do lugar ou se a criança pisar nas linhas, a brincadeira será interrompida e passada para outra criança. A criança que errou, quando chegar novamente a sua vez, reiniciará a partir de onde cometeu o erro. O vencedor será aquela criança que concluir a academia primeiro. A coordenação motora global, a lateralidade, a direcionalidade, o equilíbrio dinâmico e estático e a flexibilidade são estimulados na prática da brincadeira de "academia". Para a escola é de grande utilidade nas áreas de matemática, para se explorar as figuras geométricas a Comunicação e Expressão, pois auxilia o aprendizado da separação de sílabas.


5. Pega-pega
Pega-pega

Na brincadeira do Pega-pega ou Toca, a criança é escolhida, geralmente para passar a pedra (colocar uma pedrinha em uma das mãos) Cada criança tenta acertar a mão da criança escolhida que não esteja com a pedra. O "toca" será aquele que por último ficar com a pedra. O que ficou com a pedra grita "já" e todos saem correndo livrando-se do "toca". Caso perseguidor, que é "o toca", toque no colega, este será o novo "toca". Desta maneira todos poderão ser "o toca". A velocidade de reação e deslocamento, a força dinâmica, resistência anaeróbica e aeróbica, ritmo e agilidade, todas estas qualidades são estimuladas com esta simples brincadeira, como também, o esquema corporal e a socialização.


6. Esconde-esconde
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A brincadeira Esconde-Esconde, é formada por um grupo de crianças, onde uma é escolhida seguindo uma das formas já citadas neste estudo, para procurar o grupo, que correrá e esconder-se-á nos mais variados lugares. É determinado pelo grupo um local onde, ao tocá-lo possam ser salvos, chamado de "mancha". Feito isto, todos irão se esconder. Quando o último estiver escondido, gritará, chamando o "procurador". Ao avistar um dos integrantes este diz: - "achei fulano de tal!", e correm os dois ou os demais, até a "mancha". Caso o "procurador" não chegue primeiro, continuará como "procurador". Quando todas as crianças forem encontradas, o "procurador" será aquele que tocar na "mancha" primeiro. Nesta brincadeira, a socialização e a percepção espaço-corporal, tendo como princípio a organização espaço-temporal estão sendo estimuladas de forma a oferecer às crianças condições para uma boa convivência harmônica entre elas.


7. Pular corda
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A brincadeira de Pular Corda, é uma atividade geralmente coletiva, na qual usa-se uma corda, grande ou pequena, com duas crianças segurando as pontas e começam a bambear para uma ou mais crianças saltarem. Essas devem entrar com a corda em movimento, sem tocá-la. As variações desta brincadeira de "corda" são: "zerinho" (todos devem passar correndo sem que a corda toque), "relógio" (passa um por um, sendo que cada um pulará no sentido da hora de um relógio), "passeata" (andar pulando de um lado para outro), "foguinho" (bater a corda o mais rápido possível), etc. Com relação às habilidades solicitadas neste exercício, o salto é mais solicitado que a velocidade de deslocamento e a regularidade rítmica é um componente importante, havendo, portanto, uma exigência elevada de coordenação temporal. As repetições de saltos desenvolvem a resistência e a força da criança.


8. Anel
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Com a brincadeira do Anel, os participantes ficam sentados, um ao lado do outro, de mãos postas. Um deles, selecionado por qualquer modo de escolha dos que foram sugeridos antes, tendo dentro das mãos, juntas e fechadas ao comprido, um anel, passa suas mãos dentro das mãos postas de todos os outros participantes: "Com quem está o anel?" Se a pessoa a quem foi feita a pergunta responder certo, tomará o lugar de quem passou o anel. Se responder errado, quem estiver com o anel se identificará e terá o direito de passá-lo. Esta brincadeira geralmente se faz a noitinha ou quando todos estavam chegando da escola à tarde. Para as crianças, esta brincadeira facilita o encontro, o toque, a socialização e a troca de experiências nas conversas sobre o dia e a escola. A motricidade e a percepção corporal são trabalhadas, dando uma harmonia funcional ao corpo.


9. Boneco
boneco

Brincar de Boneco é uma brincadeira tipicamente infantil, onde a criança utiliza o objeto 'boneco', de forma livre, esquematizando e criando histórias do seu imaginário, geralmente retratando o cotidiano de sua casa ou da rua onde mora. Muitas vezes estes bonecos representam tematicamente uma personagem produzida pela mídia: um super herói ou uma figura de desenho animado. A criança brinca, construindo suas histórias e dando vida a cada um dos bonecos, aprimorando os aspectos cognitivos, psíquicos e os processos criativos quando exercita estas funções motoras.

O professor pode propiciar aos participantes a construção de conceitos, argumentos e resolução de algumas situações-problema. Fazendo-se uma análise dos dias atuais, vê-se que são poucos os alunos que constroem seus próprios bonecos, porque a indústria dos brinquedos propicia sempre novos modelos de bonecos que representam os ídolos infantis: desenhos animados, apresentadores de programas de televisão, cantores, o que causa limitação na criatividade da brincadeira do boneco.


10. Boca-de-Forno
Boca_de_Forno

O brincar de Boca-de-forno, ocorre com um grande grupo de criança. Uma delas é escolhida por um método democrático criado por elas. A criança escolhida chama: - "boca-de-forno ! / - forno ! (responde o grupo) / - tirando bolo ! / - bolo ! (todos) / - abacaxi ! / - xi ! (todos) / - onde eu mandar ? / - vou ! (todos) / - o senhor mandou dizer que ...". As crianças correm para o local indicado e voltam com a resposta do pedido. Esta brincadeira pode ser aproveitada para questionar o fator liderança, as relações históricas como ocorriam no período colonial, podendo ainda explorar as questões interdisciplinares da escola. O ritmo, a velocidade, noções de tamanhos, cores e formas, são desenvolvidas com a prática de "boca-de-forno".


11. Carrinho
carrinho

Brincar de Carrinho não tem uma regra específica. A criança se apropria do objeto 'carro' e com outras crianças brincam livremente, criando situações semelhantes àquelas que ocorrem no cotidiano do trânsito. Desta forma o imaginário infantil cria e recria situações diversas. A escola pode se apropriar desta brincadeira tão significativa, e introduzir o conteúdo Educação do Trânsito, estabelecendo uma linha direta com as relações sociais. Vê-se também que o ato de construir e de reconstruir estão muito presentes na brincadeira, como também, as noções de direcionalidade, o conceito lógico-matemático e de espaço-tempo podem ser objetivados durante o exercício da atividade.


12. Futebol
futebol

A brincadeira Futebol, é praticada em um campo, com uma bola e duas traves eqüidistantes em suas extremidades. Um grupo de crianças é numericamente dividido em partes iguais, onde cada grupo objetivará fazer gol na trave contrária. Ganhará aquele grupo que fizer mais gols. As regras deste popular jogo são construídas a partir do entendimento dos participantes. Pode-se explorar com esta atividade a coordenação óculo-pedal, noção lógico-matemática, de espaço-tempo, trabalho em grupo, solidariedade, companheirismo, cooperação e direcionalidade.


13. Baleado
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A brincadeira Baleado, é praticada em campos, pátios, quadras e ruas. Sua composição se dá por dois grupos numericamente iguais, onde cada grupo arremessará a bola na tentativa de acertar o companheiro do outro grupo. Caso acerte, o 'baleado', passará para uma área demarcada no fundo do campo, com possibilidades de combinações com seu grupo. Quando não se baleia, o time ficará com posse de bola e fará o arremesso para balear um outro do grupo contrário. Ganhará aquele grupo que balear todos os participantes do grupo contrário. Trabalha-se o espírito de companheirismo, ajuda mútua e as estratégias em relação às situações surgidas durante o jogo. Em relação aos aspectos motores explora-se o deslocamento corporal, o arremesso e a força, bem como as habilidades de destreza e percepção.


14. Pai Francisco
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A brincadeira Pai Francisco, é mais uma dramatização cantada do que um jogo propriamente dito. As crianças se posicionam em forma de um semicírculo, cantando: "Pai Francisco entrou na roda / tocando seu violão, dorarão, dão, dão / vem de lá seu delegado / o pai francisco, vai prá prisão / como ele vem se requebrando / parece um boneco se desmanchando (bis)." Quando ele vem se requebrando e tocando o violão, entra no semicírculo e as crianças fecham, formando o círculo, e ele escolhe outra pessoa para ser o Pai Francisco. Nesta atividade, os temas trabalhados são: violência urbana, prisão, masculinidade e o potencial artístico das crianças. Quanto as questões corporais, a musicalidade deve ser explorada junta mente às com o ritmo da cantiga.

Veja um texto extraído da Dissertação de Mestrado - Revisitando o lúdico no saber popular: as brincadeiras infantis populares na escola pública, de Joaquim Soares.




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